“Bienal Anozero com Matt Mullican e Francisco Tropa”

“Primeira edição da bienal de arte contemporânea de Coimbra apresenta mais de 40 artistas; Anozero – Encontros de Arte Contemporânea de Coimbra decorre entre 31 de outubro e 29 de novembro de 2015”.  O Diário As Beiras publica hoje, a partir do texto da LUSA, uma parte da programação da Anozero.

A bienal de arte contemporânea Anozero começa a 31 de outubro e junta nome consagrados e jovens artistas que, em mais de 20 exposições, vão dialogar com o edificado de Coimbra, reagindo à inscrição da cidade como patrimó- nio mundial.

Na primeira edição da bienal, vão estar mais de 40 artistas, entre os quais os portugueses Julião Sarmento, Francisco Tropa, António Olaio ou Rui Chafes, e nomes internacionais como os americanos Matt Mullican e Lawrence Weiner ou ainda a brasileira Adriana Varejão.
A bienal, que pretende ser uma resposta da arte contemporânea à inscrição da Alta, Sofia e Universidade como património mundial, vai abordar o património, espalhando as intervenções e obras de arte por diferentes espaços e edifícios da cidade, disse à Lusa o seu diretor, Carlos Antunes.
Segundo o responsável, há a preocupação de fazer com que os edifícios em que as exposições se realizem “não sejam uma caixa branca”. Há uma adaptação das obras com o espaço onde vão estar inseridas. Durante este evento, “há várias provocações” por a arte contemporânea ser um “lugar da transgressão”, reagindo a uma classificação que “é uma inscrição tendencialmente conservadora e de cristalização do património”, sublinhou Carlos Antunes, considerando a bienal uma espécie de “cavalo de Troia à escala da cidade”, um lugar de fratura.
Ao mesmo tempo, o evento reflete também sobre a própria “fragilidade do património”, resgatando o poema do francês Mallarmé para o nome da sua edição de estreia – “Um lance de dados” – que aponta para “as questões do efémero, do acaso e do circunstancial”.
Na Sala da Cidade, o escultor Pedro Cabrita Reis destruiu “criativamente” a estrutura temporária de exposições que estava naquele antigo refeitório de frades; na Sala do Exame Privado da Universidade de Coimbra, o angolano Binelde Hyrcan apresenta uma parábola sobre as condições socioeconómicas do seu país; e Lawrence Weiner relaciona-se com o poema de Mallarmé com uma escultura que aborda a palavra, a ter lugar na Biblioteca Geral.
Na Biblioteca Joanina, surgem “provocações”, como um vídeo do falecido artista belga Marcel Broodthaers, em que este surge “a escrever um texto no seu jardim e a água transforma aquele texto num desenho”.