700+25. Arquitectura na UniverCidade.
O património é um legado que se construiu e constrói ao longo do tempo, uma vez que a sua abrangência temporal não está balizada a uma determinada época. É sobre o exercício da construção de património contemporâneo que esta acção reflecte, convidando à visita das obras, celebrando a arquitectura edificada de 1990 a 2015 na cidade de Coimbra e também os 725 anos da Universidade de Coimbra e os 25 anos do seu Departamento de Arquitectura.
Calendário de visitas disponível aqui.
Um coro a duas vozes
Há em Coimbra uma cultura arquitectónica de divulgação teórica e académica. No plano científico e pedagógico, essa cultura é consignada em primeira instância pela Universidade e pelos seus centros de investigação.
No plano da prática arquitectónica e, mais concretamente, no plano da importância relativa das obras que se realizam na cidade, essa voz não é, porém, tão próspera, não é tão forte e, sobretudo, não é continuada nem sistemática. Não que não se tenham realizado obras. A escolha das vinte e cinco obras que aqui se apresentam, correspondentes aos últimos vinte e cinco anos, não foi uma tarefa fácil, algumas outras haveria necessariamente de incluir e isso atesta uma considerável quantidade de acções que se podem inserir nessa voz.
A iniciativa que aqui vos apresentamos, e que visa, em primeira instância, celebrar os 725 anos da Universidade, visa igualmente contribuir uma vez mais para a elevação daquela voz a que acima nos referimos como sendo mais académica, ou teórica, de elevação cultural através do conhecimento comparativo e referencial. Mas contém em si, também, a secreta esperança de que essa voz, pela sua intensidade e pela sua insistência, contribua para elevar cada vez mais a outra, que designámos como sendo a mais operativa, de elevação cultural através da prática patente, erudita e qualificada. Esta última constitui o húmus mais eficaz da cidade e a Universidade, pelo menos a universidade europeia, necessita da cidade como de pão para a boca, passe a analogia antropológica. Necessita da cidade para se requalificar, para se elevar e para viver saudavelmente.
José António Bandeirinha
Há 25 anos, algo mudou nesta Universidade com 7 séculos
Há 25 anos, Portugal possuía dois grandes polos de ensino público de arquitectura – na Universidade do Porto e na Universidade Técnica de Lisboa – aos quais se juntaria, então, uma “terceira opção” no seio da Universidade de Coimbra. O Departamento de Arquitectura (DARQ) da FCTUC atravessou as décadas seguintes batalhando pela afirmação de um prestígio próprio, hoje reconhecido dentro e fora do país. Para isso, contribuiu a passagem pela docência do DARQ de arquitectos, artistas e investigadores em arquitectura, com experiências profissionais e pedagógicas distintas. De forma indelével, e à sua maneira, cada um desses professores marcou sucessivas gerações de alunos, mas também a própria cultura universitária de Coimbra, então carente de uma nova “adrenalina” cultural e científica.
A criação do DARQ foi ainda contemporânea do lançamento de muitos concursos urbanísticos e arquitectónicos, promovidos pela Universidade, para os seus novos polos temáticos, nos quais se envolveram alguns dos mais destacados docentes-arquitectos, quer como projectistas, quer como jurados na escolha das obras a edificar. Muitos deles deram ainda respostas a encomendas institucionais, municipais ou outras, que ajudaram a qualificar a vida urbana de Coimbra ao longo das últimas décadas.
Sim, há 25 anos, algo mudou nesta universidade com 7 séculos. Quem não percebeu isso, não percebeu nada.
Nuno Grande
Manual de instruções para uma visita à arquitectura
Neste evento celebra-se a arquitectura e o seu contributo para a construção de um património contemporâneo na cidade, interpelando aqueles que nela vivem.
A arquitectura representa-se, uma vez que a sua percepção e fruição apenas serão plenamente realizadas na sua presença física. A representação da obra apenas nos dá instrumentos para o confronto crítico com a sua presença. Assim, os Livros de Obra antecipam a obra construída, uma vez que na verdade são livros de instruções para a sua construção. As maquetas estabelecem relações de altimetria entre os diversos projectos e entre a cidade em que se implantam. Representam as cotas de implantação num mapa planificado, assinalando a sua localização.
Os filmes registam os espaços a serem usados, convocando o olhar de quem projectou, preparando o olhar de quem irá visitar a obra.
As visitas às obras, serão o momento chave deste evento. Os itinerários acontecem por proximidade territorial na cidade e serão sempre acompanhados por um estudante de arquitectura, que contextualizará a obra assim como salientará os aspectos mais relevantes para a sua clarificação. O exercício de percepção e compreensão da mesma ficará a cargo de cada visitante, já na posse de todos os outros instrumentos da sua representação.
Désirée Pedro
Ficha técnica
curadoria curator Désirée Pedro, José António Bandeirinha, Nuno Grande
co-produção co-production Círculo de Artes Plásticas de Coimbra,
Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia
da Universidade de Coimbra
design expositivo exhibitive design Atelier do Corvo
edição de vídeo video editing Diogo Pereira
montagem assembly Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Logowords, Metalmiro
fotografia photography Jorge Neves
mecenas exclusivo exclusive sponsor Fundação Calouste Gulbenkian
parceiros estratégicos strategic partners Nozzle, Fundação Instituto Marques da Silva
agradecimentos especiais special thanks to Abílio Silva, Ana Filipa Santos, Beatriz Antunes, Carlos Fraga, Filipa Carvalho, Joana Barros, José Bernardo, José Esteves, Miriam Queiroz, Patrícia Coelho, Paula Abrunhosa, Teresa Penetra
Redactores e Ensaístas
Curadores
Espaços
11 | Colégio das Artes / Dep. Arquitectura
Data início
31/10/2015
Data fim
11/12/2015
9h-18h