Risco Interior: O desenho de mobiliário na Cidade Universitária de Coimbra

Risco Interior mostra o trabalho realizado, entre os anos 40 e 70, na área da arquitetura de interiores e do design de equipamento, para a Cidade Universitária de Coimbra contribuindo para uma leitura da evolução daquelas práticas disciplinares em Portugal no século XX, a par das condições sociais e políticas da época.

 

Visitas Guiadas

As marcações devem ser feitas para o mail visitas.anozero@gmail.com-

Biblioteca Geral e Faculdade de Letras
dom 8 Nov, 15h-18h
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visita orientada por
João Maria André e José António Bandeirinha
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percurso de visita
Biblioteca Geral
Sala do Catálogo, Sala de Leitura e Galeria Superior
Faculdade de Letras
Sala do Conselho, Sala dos Professores, Teatro Paulo Quintela, Auditório Grande e Biblioteca Central
Faculdade de Medicina, Departamento de Química e Departamento de Matemática

 

dom 29 Nov, 15h-18h
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visita orientada por
Carlota Simões, Paulo Providência e Sérgio Rodrigues
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percurso de visita
Faculdade de Medicina
Sala do Conselho, Auditório Renato Trincão, Sala de Autópsias, Museu e Teatro Anatómico
Departamento de Química
Anfiteatro Grande e Laboratório de Química Geral
Departamento de Matemática
Sala do Conselho e Sala José Anastácio da Cunha

 

Risco Interior pretende dar a conhecer o trabalho realizado na área do design de equipamento para a Cidade Universitária de Coimbra. Pensado como extensão dos edifícios projetados no âmbito da reforma das instalações da Universidade durante o Estado Novo, o desenho de ambientes e de mobiliário então idealizado é expressão espacial e material, simultaneamente, do caráter conservador e autoritário da obra pública do regime e da necessária vanguarda associada a um ensino universitário de excelência. Na verdade, a renovação de imagem que se propõe com a construção da nova “acrópole” de Coimbra é acompanhada por uma atualização dos espaços em consonância com as exigências pedagógicas e científicas dos programas curriculares.

Abarcando desde a criação de autor à produção industrial em série, as peças de mobiliário integradas no conjunto edificado da Cidade Universitária contribuem de forma singular para a humanização dos ambientes criados, formalizando os lugares de representação, potenciando a funcionalidade e a organização racional dos espaços e amenizando a sua escala. A maioria delas é criada exclusivamente para aquela obra e desenhada para responder às especificidades dos diferentes ramos de ensino aí reunidos, constituindo uma vertente não negligenciável do projeto doutrinário que se idealizou para Coimbra. Também a decoração faz parte deste todo, articulando o design de equipamento com o estudo da luz e da cor e com a presença de obras de arte encomendadas especialmente para cada um dos edifícios que formam este complexo.

Intervenção de “tempo longo”, a Cidade Universitária de Coimbra é, por outro lado, testemunho igualmente representativo da evolução concetual e tecnológica que se regista, em Portugal, no desenho de interiores e de mobiliário, no sentido de uma atualização de linguagens e de uma racionalização e estandardização dos processos de produção. Uma evolução em que o autodidatismo e a artesania vão, gradualmente, dando lugar à especialização do design de equipamento e ao fabrico industrial em série.