teu espelho (mondego), 2015 / Edgar Massul

teu espelho (mondego), 2015 é um lençol de água com areia no fundo, ambos do Rio Mondego, sobre uma lona impermeabilizada. Através de um dispositivo de luz, os movimentos suaves da superfície líquida reflectem-se no espaço.

 

 

2015 © HUGO BARBOSA
Figure 1

2015 © HUGO BARBOSA

 

 

O trabalho intitulado teu espelho (mondego), 2015, de Edgar Massul, introduz-nos num autêntico “sortilégio límbico”. Num espaço cúbico escurecido, Massul construiu, junto a uma das paredes e longitudinalmente, um pequeno lago com forma rectangular ladeado por margens feitas de areia do Mondego. O local foi alvo de um controle afincado por forma a termos acesso a zonas quase totalmente escurecidas e outras iluminadas. O manuseamento da luz fez-se apenas usando um foco de luz, um projector de lâminas, dispositivo muito usado nos domínios do teatro, cuja capacidade reside em apenas iluminar, em termos de recorte, aquilo que se quer, devolvendo a tudo o que está ao seu redor uma penumbra de quase sombra total. No caso, esse foco foi apontado ao meio do lago e, dessa forma, esbatendo tudo o resto.
É depois o público que intervém de forma determinante na criação — completando-a — ao activar o processo pelo lance de areia do Mondego ao tanque, gerando ondas que se movem em órbitas circulares, e são estes movimentos suaves da superfície líquida que, por sua vez, se reflectem no espaço e se projectam no ecrã que é a parede, que se encontra paralela ao lago. Massul provoca assim um espectáculo retínico. Este trabalho foi, pois, realizado na compreensão da riqueza do processo fisiológico inerente à nossa percepção, permitindo aceder a uma exploração da forma como percepcionamos “determinadas” imagens e também de como elas funcionam do ponto de vista fisiológico. Exploração que levanta importantes questões, que nos ajudam a compreender melhor as várias dimensões da imagem visual, tanto a partir do específico contexto fisiológico, como, naturalmente, nas suas ligações à produção artística.
Compõem ainda esta exposição uma colecção inédita de desenhos de lama do Mondego.

 

Editado e adaptado a partir de texto original de Pedro Cabral Santo

 

 

Ficha técnica
curadoria curator Laboratório CAPC
co-produção co-production Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Museu da Água
montagem assembly Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
agradecimentos especiais special thanks to Ana Santos, CITAC, Pedro Coimbra

Artistas

Edgar Massul


Espaços

21 | Museu da Água


Data início

31/10/2015


Data fim

29/11/2015


ter-dom 10h-13h 14h-18h

Bilhetes